Carregue e economize
João Cardoso
João Cardoso
| 14-11-2025
Equipe de Veículos · Equipe de Veículos
Carregue e economize
Pensando em trocar por um carro elétrico (EV)? Uma das maiores mudanças em relação a um carro tradicional é como e onde você “abastece” — ou melhor, recarrega.
Encher o tanque num posto é rápido e familiar, mas o carregamento de um EV traz novas escolhas e desafios. Usar um carregador doméstico ou depender de estações públicas?
Quais são os custos, velocidades e implicações de cada opção? Vamos detalhar tudo.

Entendendo os três níveis de carregamento de EV

Antes de comparar o carregamento em casa e o público, é essencial entender os diferentes níveis:
nível 1 (120V): tomada comum, cerca de 5 a 8 km de autonomia por hora;
nível 2 (240V): carregamento mais rápido, de 25 a 50 km por hora. Comum em residências e locais públicos;
nível 3 (DC Fast Charging): carregamento ultrarrápido, 80% em cerca de 30 minutos. Disponível apenas em estações públicas.
Cada nível tem um propósito. O Nível 1 serve para recargas leves durante a noite se você dirige pouco. O Nível 2 é o ideal para a maioria dos motoristas no dia a dia. Já o Nível 3 é perfeito para viagens longas ou recargas rápidas durante deslocamentos maiores.

Carregamento em casa: conveniência que tem custo

Carregar o carro em casa é a forma mais prática, especialmente se você tem garagem ou vaga dedicada. Basta conectar o carro à noite e acordar com a bateria cheia.
Porém, para uma boa velocidade de carregamento, provavelmente será necessário instalar um carregador Nível 2, que normalmente custa:
• unidade de carregador: entre US$ 400 e US$ 1.000;
• instalação: entre US$ 500 e US$ 2.000 (depende da fiação e normas locais);
Também é importante considerar o custo da energia elétrica. Em 2024, o preço médio residencial nos EUA era de cerca de US$ 0,15 por kWh, embora varie conforme a região.
Mesmo assim, para a maioria dos motoristas, carregar em casa sai mais barato por quilômetro do que abastecer um carro a gasolina — ou usar carregadores públicos com frequência.

Carregamento público: velocidade e acessibilidade

As redes públicas de carregamento — como ChargePoint, Electrify America e EVgo — estão se expandindo rapidamente em cidades, rodovias e centros comerciais. Elas oferecem carregadores Nível 2 e Nível 3, ideais para recargas rápidas durante o trajeto.
Vantagens:
carregamento rápido (DC) — útil para viagens longas ou emergências;
• não exige instalação doméstica;
• pagamentos fáceis via aplicativos ou cartões.
Desvantagens:
• custo por kWh mais alto — de US$ 0,30 a US$ 0,60+
taxas de ociosidade — algumas redes cobram se o carro ficar plugado por muito tempo;
• disponibilidade limitada em áreas rurais.
As estações públicas são ideais para quem mora em áreas urbanas sem garagem ou para motoristas de longas distâncias. Mas, para uso diário, os custos podem aumentar rapidamente.

Diferenças no tempo de carregamento

A velocidade importa.
O tempo de carregamento depende de:
• tamanho da bateria (maiores demoram mais);
• potência do carregador (Nível 3 é o mais rápido);
• nível atual da carga (a recarga desacelera após 80%)
Por exemplo:
• carregador doméstico Nível 2: carga total em 6 a 12 horas
• carregador rápido público DC: de 20% a 80% em cerca de 30 a 45 minutos
Planeje com antecedência — especialmente se costuma dirigir longas distâncias ou não quer esperar demais.

Comparativo de custos: casa x público

Vamos comparar um mês típico de direção (~1.600 km).
Carregamento em casa:
• eficiência média de um EV: ~0,3 kWh/km;
• 1.000 milhas (1.600 km) = 300 kWh;
• a US$ 0,15/kWh = cerca de US$ 45/mês.
Carregamento público:
• 1.000 milhas = 300 kWh;
• a US$ 0,40/kWh = cerca de US$ 120/mês.
Em um ano, a diferença ultrapassa US$ 900 — uma economia considerável a favor do carregamento doméstico.

Infraestrutura e acesso às redes

A disponibilidade de carregadores varia bastante:
• àreas urbanas costumam ter várias estações públicas;
• regiões suburbanas e rurais têm menos opções;
• nem todos os carregadores são compatíveis com todos os modelos de EV.
Aplicativos como PlugShare ou A Better Routeplanner ajudam a localizar estações próximas e planejar rotas com base na autonomia do seu carro elétrico.

Impacto ambiental do carregamento

Ambos os métodos são mais ecológicos do que a gasolina. No entanto, o carregamento em casa oferece mais controle sobre a origem da energia.
Por exemplo:
• casas com painéis solares podem usar energia renovável diretamente;
• planos de horário reduzido permitem tarifas mais baratas fora do pico.
Carregadores públicos, por outro lado, podem usar energia proveniente de fontes fósseis, a menos que sejam explicitamente alimentados por energia limpa.

Limitações do carregamento em casa

Embora seja o ideal, o carregamento doméstico nem sempre é possível:
• moradores de apartamentos podem não ter acesso;
• algumas residências exigem atualizações elétricas caras;
• condomínios ou locadores podem restringir a instalação de carregadores.
Se for o seu caso, talvez precise depender de estações públicas ou do carregamento no trabalho.
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Planos e assinaturas

Algumas redes públicas oferecem planos mensais com preços reduzidos ou benefícios extras.
Por exemplo:
Electrify America Pass+: US$ 4/mês com tarifas menores por minuto;
EVgo Membership: acesso a mais locais e recompensas.
Se você usa carregadores públicos com frequência, essas assinaturas podem compensar. Mas, para uso ocasional, provavelmente não valem a pena.

Qual opção é melhor para você?

Depende do seu estilo de vida. Se você tem casa própria e dirige distâncias moderadas todos os dias, o carregamento em casa é mais econômico e conveniente. Mas, se mora em apartamento ou viaja com frequência, dependerá mais das estações públicas — e deve se preparar para custos maiores ao longo do tempo.