Como funciona?
Isabela Costa
Isabela Costa
| 18-08-2025
Equipe de Astronomia · Equipe de Astronomia
Como funciona?
Você já se perguntou como o GPS do seu telefone ou do carro sabe exatamente onde você está, em qualquer lugar do mundo?
A resposta vai além de satélites e sinais — ela se baseia nas revolucionárias teorias da relatividade de Einstein. Vamos mergulhar em como essas profundas leis físicas moldam a tecnologia em que você confia todos os dias.

Noções básicas: como funciona o GPS?

O Sistema de Posicionamento Global (GPS) é uma rede de satélites que orbitam a Terra, cada um equipado com relógios atômicos de alta precisão. Esses satélites transmitem continuamente suas posições e a hora exata para receptores em Terra. Ao calcular o tempo que os sinais de pelo menos quatro satélites levam para chegar até você, um receptor de GPS pode determinar sua localização exata e a hora atual.
No entanto, esse processo depende inteiramente da precisão do tempo, com precisão de um milímetro de segundo. Mesmo pequenos erros podem se somar a erros de navegação — a diferença entre estar exatamente onde você está e estar a quilômetros de distância. É aqui que a teoria da relatividade entra em ação.

Teorias de Einstein: relatividade especial e geral em ação

Quando Einstein apresentou suas teorias da relatividade, ele mudou fundamentalmente nossa compreensão de espaço, tempo e gravidade. Tanto a relatividade especial quanto a geral desempenham um papel crítico no GPS:
• Relatividade especial: prevê que um relógio em movimento (como os de satélites velozes) tiquetaqueie mais devagar do que um relógio parado na Terra. Para satélites GPS, esse efeito faz com que seus relógios tiquetaquem cerca de 7 microssegundos mais devagar por dia do que os relógios na Terra.
• Relatividade geral: prevê que relógios em campos gravitacionais mais fracos (mais distantes da Terra) — como aqueles em órbita — tiquetaqueiem mais rápido do que relógios mais próximos da superfície, em um poço gravitacional. Esse efeito faz com que os relógios dos satélites GPS tiquetaquem cerca de 45 microssegundos mais rápido por dia do que os da Terra.
Esses efeitos não são apenas teóricos: eles foram medidos e confirmados por experimentos modernos.

O efeito combinado: diferença de tempo

Os dois efeitos relativos acima não se anulam; em vez disso, eles se somam:
• Relatividade especial: -7 microssegundos/dia (relógios de satélite batem mais devagar devido à velocidade)
• Relatividade geral: +45 microssegundos/dia (relógios de satélite batem mais rápido devido à gravidade mais fraca)
• Efeito geral: os relógios de satélite batem cerca de 38 microssegundos por dia mais rápido do que relógios idênticos na Terra.
Embora 38 microssegundos possam parecer uma quantidade pequena, ao longo de um dia levariam a um erro de posicionamento de mais de 10 quilômetros se não fossem corrigidos — tornando o GPS inútil para uma navegação precisa.

Solução de engenharia: como o GPS considera a relatividade

Para lidar com essas diferenças, o GPS foi projetado com a relatividade em mente desde o início:
• Correção do relógio: os relógios atômicos dos satélites GPS são predefinidos em solo para marcar mais devagar do que os relógios da Terra, de modo que, em órbita, após compensar a relatividade, seus horários coincidam com o horário de referência da Terra.
• Correção contínua: as estações terrestres de GPS monitoram os relógios dos satélites, sincronizam-nos e recalibram-nos diariamente para manter a precisão de nanossegundos.
• Relatividade em receptores GPS: os receptores são programados com algoritmos que incorporam correções de relatividade ao cálculo da sua localização, levando em consideração o tempo real que os sinais de satélites individuais levam para chegar ao seu dispositivo.
Essas etapas garantem que a rede de relógios sincronizados e ultraprecisos funcione como um sistema único e unificado, apesar dos efeitos previstos por Einstein.
Como funciona?

Outras correções relacionadas à relatividade

Além da dilatação do tempo, o GPS deve levar em consideração outros efeitos relativísticos:
• O efeito Sagnac: devido à rotação da Terra, os sinais que viajam em diferentes direções (leste/oeste) cobrem distâncias diferentes; o sistema corrige isso para manter a precisão.
• Desvio gravitacional para o vermelho: as frequências dos sinais são ligeiramente deslocadas devido às diferenças de gravidade entre o satélite e o receptor, como consequência direta da relatividade geral.

A evidência: GPS como uma verificação diária da relatividade

O sucesso do GPS é uma confirmação diária notável das teorias de Einstein. Sem essas correções relativísticas cuidadosamente projetadas, a navegação por satélite ficaria fora de sincronia em minutos, perdendo rapidamente a precisão.
Físicos renomados e especialistas em tempo de instituições como o NIST e a NASA observam que o GPS não é apenas uma maravilha da alta tecnologia — é uma prova prática de que a relatividade descreve como o universo realmente funciona.

Uma espiada no futuro: relatividade e o futuro da navegação

À medida que as tecnologias de navegação avançam, novos sistemas de satélite também estão incorporando correções relativas em suas arquiteturas, com base no que o GPS aprendeu. A pesquisa continua para cronometragem mais precisa, relógios quânticos e modelos aprimorados de relatividade para aprimorar a precisão da navegação global.

O que há de tão surpreendente no GPS e na relatividade?

Você sabia que as ideias de Einstein passaram do quadro-negro para o painel do seu carro? Da próxima vez que seu aplicativo de mapas o levar ao seu destino, lembre-se da incrível jornada científica por trás dele! Você tem dúvidas ou percebe peculiaridades no tempo ou na navegação em sua vida? Compartilhe suas ideias - sua curiosidade ajuda a manter viva a aventura da descoberta.
Obrigado por viajar pelo mundo da relatividade e do GPS. A ciência não apenas expande nossa compreensão, mas também nos guia silenciosamente para casa todos os dias.